Por: Yuri Abreu
Três meses e 18 dias. Esse foi o tempo de acréscimo de vida que as crianças nascidas em 2019, na Bahia, tiveram em relação ao ano anterior, de acordo com uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira. Ano passado, conforme o levantamento, uma pessoa nascida no estado tinha a expectativa de viver, em média, até os 74,2 anos de idade. Em 2018, esse período era de 73,9 anos.
Entre os gêneros, os homens baianos ainda tem uma expectativa de vida menor do que a das mulheres. Segundo o instituto, uma menina nascida em 2019 tinha a expectativa de viver pouco mais de nove anos a mais que um menino nascido no mesmo ano (mais nove anos, dois meses e 12 dias).
Especificamente, para eles, a duração passou de 69,5 anos em 2018 para 69,7 anos em 2019, com um ganho de pouco mais de dois meses nesse período. Já as mulheres baianas nascidas no ano passado tinham a expectativa de viver em média 78,9 anos, também dois meses e 12 dias a mais que as nascidas no ano anterior, quando a expectativa de vida era de 78,7 anos.
Contudo, apesar dos avanços, há um dado preocupante: a esperança de vida ao nascer na Bahia em 2019 continuava menor que a média nacional (76,6 anos) e ainda caiu no ranking nacional, sendo ultrapassada por Tocantins. O estado agora possui o 10º menor indicador nesta comparação. Na região Nordeste, a Bahia está atrás do Rio Grande do
Norte (76,4 anos), Pernambuco (75 anos) e Ceará (74,5 anos). O primeiro lugar no ranking nacional é ocupado por Santa Catarina (79,9 anos).
HOMENS X MULHERES
Em todos os estados, segundo o estudo, as mulheres têm uma esperança de vida ao nascer maior que a dos homens. Isso é reflexo, em grande parte, da maior mortalidade de homens jovens, principalmente por causas não naturais. E há desigualdades regionais marcantes. Em 2019, A Bahia se manteve como o segundo estado com a maior diferença na esperança de vida ao nascer entre mulheres e homens (9,2 anos a mais para elas), menor apenas que a verificada em Alagoas (9,5 anos) e maior que a média nacional (7,0 anos).
“Na faixa entre 15 e 34 anos existe maior disparidade entre a taxa de mortalidade da população masculina em relação à feminina. Isso ocorre devido à maior incidência de óbitos por causas externas ou não naturais, como homicídios e acidentes, que atingem com maior intensidade a população masculina jovem. A expectativa de vida masculina no país poderia ser superior à que se estima atualmente, se não fosse o efeito das mortes prematuras de jovens por causas não naturais”, comenta Fernando Albuquerque, demógrafo do IBGE.
LONGEVIDADE
Também o ano passado, a pesquisa do IBGE revelou que uma pessoa que tivesse 65 anos de idade em 2019, na Bahia, tinha esperança de viver mais, em média, 18,3 anos, chegando aos 83,3 anos. O indicador ficou relativamente próximo à média nacional e praticamente não variou em relação a 2018, quando era de mais 18,2 anos. Porém, segundo o órgão, o ganho muito discreto no estado de um ano para o outro se deu apenas em relação às mulheres, ampliando levemente a vantagem feminina nesse indicador.
Ainda no ano passado, um homem de 65 anos no estado tinha a expectativa de viver mais 16,2 anos, mesmo número de 2018, o que o faria chegar aos 81,2 anos. Já para mulheres de 65 anos, a sobrevida em 2019 era estimada em mais 20,1 anos, em um bem discreto avanço frente aos 20 anos de 2018. Elas tinham, portanto, a expectativa de chegar aos 85,1 anos – quase 4 anos a mais que os homens.
Além disso, a probabilidade de uma pessoa de 60 anos chegar aos 80 aumentou 90,8% nesse período. Em 1980, cerca de três em cada 10 idosos viveriam até os 80 anos de idade; em 2019, esse número chegou perto de seis em cada 10, ou seja, 580 por mil pessoas de 60 anos ou mais de idade devem viver até os 80. Isso representou uma redução média de 276 mortes por mil idosos, em 29 anos.