Por Cleusa Duarte
Dos 446.978 candidatos inscritos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, apenas 217.915 compareceram aos locais das provas. Isso equivale a dizer que a abstenção na Bahia chegou a mais de 51%, no primeiro dia das provas realizadas no último domingo (17). Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A pandemia da Covid-19 fez com que o certame de 2020 só fosse aplicado agora, desconsiderando a preferência da maioria dos candidatos que responderam em enquete que o ideal seria realizá-lo em maio.
A candidata Bruna Lima fez o exame na Uninassau, na Pituba, e disse que a sala teve muitas abstenções, “para minha sorte, pois vários colegas se queixaram que as salas estavam cheias, praticamente lotadas não seguiram a regra de 50% da capacidade.”
Com 229.063 abstenções na Bahia, o estado ficou em 3º lugar no ranking de presenças no primeiro dia de provas do Enem 2020, atrás de São Paulo (406.094 presentes) e Minas Gerais (268.523). O índice é mais do que o dobro do registrado no primeiro dia de provas do Enem 2019 na Bahia, quando 92.695 inscritos faltaram (23,4%).
A média nacional de abstenção ficou em 51%, enquanto a Bahia teve uma média de 51,24%. Em Salvador, a aplicação das provas no último domingo ocorreu de forma tranquila. Os portões abriram às 11h15, 15 minutos antes do programado.
Os estudantes tiveram 5h30 para fazer a redação e responder a 90 questões de múltipla escolha (45 de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e 45 de Ciências Humanas e suas Tecnologias), além da prova de redação. Estudantes inscritos que faltaram ao primeiro dia de exame podem fazer as provas do segundo dia, no próximo domingo, apenas para autoavaliação.
No próximo domingo (24), quando ocorre o segundo dia de provas, serão 5h para responder a mais 90 questões de múltipla escolha (45 de Matemática e suas Tecnologias e 45 de Ciências da Natureza e suas Tecnologias). Para levar a prova para casa, o candidato precisa ficar no local até as 18 horas. O exame terá ainda uma versão digital, nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro, que acontecerá pela primeira vez.
Medidas de proteção sanitárias negligenciadas e salas lotadas
Sobre os protocolos sanitários, além das salas estarem com mais de 50% da capacidade ocupadas, no local onde realizou o primeiro dia de exames outros protocolos também não foram seguidos, a candidata Bruna diz, “faltou sabonete no banheiro, papel toalha e higiênico e o distanciamento não foi respeitado, os candidatos estavam sentados muito próximo aos outros. Pelo menos tinha álcool gel. Tenho menos de 18 então não dirijo e por questão de segurança aguardo minha mãe dentro do portão. Desta vez não deixaram, provocando aglomeração fora da faculdade e me senti insegura por que estava escuro e sem segurança”.
A candidata Laura Azi prestou as provas na Unifacs e, também, reclamou das salas lotadas, “MEC e INEP, ao negligenciar no adiamento do exame, garantiram aos estudantes, inúmeras vezes, que seriam tomadas as medidas sanitárias recomendadas pelos órgãos de saúde, como o distanciamento entre as carteiras e a redução do número de pessoas por sala. Por outro lado, minha experiência foi diferente daquilo que me foi garantido. Além da aglomeração nos horários de entrada e saída do local de prova, minha sala estava cheia quando comparada a sua capacidade e não havia quaisquer distanciamento entre as carteiras”.