Horas após a sua posse, às 14 horas desta quarta (horário de Brasília), o presidente Joe Biden assinou uma série de decretos para reverter o legado de seu antecessor, Donald Trump, informou o governo de transição. O democrata irá levar os Estados Unidos de volta ao Acordo de Paris para o Clima e à Organização Mundial de Saúde (OMS), além de interromper a construção do muro na fronteira com o México e implementar medidas para a promoção da diversidade.
A volta à OMS: Biden planeja retornar imediatamente à Organização Mundial de Saúde. Em maio, no ápice da primeira onda da pandemia de Covid-19, Trump deu início ao processo de saída do braço da ONU, afirmando que a China exercia pressão demasiada sobre o órgão. O principal epidemiologista do governo americano, Antony Fauci, será o representante americano na reunião do conselho executivo da OMS que ocorrerá na quinta-feira.
Uso obrigatório de máscara: Biden assinou uma ordem executiva para implementar algo que Trump se recusou a fazer durante seu mandato: tornar o uso de máscaras e o distanciamento social obrigatório em propriedades federais. O novo presidente restaura ainda o braço de biodefesa e segurança sanitária global do Conselho Nacional de Segurança, desmantelado durante a gestão republicana.
Volta ao Acordo de Paris: Biden vai tomar uma série de medidas iniciais para restaurar as medidas climáticas do governo de Barack Obama, incluindo o retorno ao Acordo de Paris. O pacto, negociado quando Biden era vice-presidente, demanda que seus signatários respeitem metas de emissão com o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a 2oC acima dos níveis pré-industriais.
Fim dos despejos: O novo presidente decidiu suspender as ordens de despejo até ao menos o dia 31 de março, uma medida que busca auxiliar americanos que sofrem com a pandemia e com seus efeitos econômicos. Cerca de 20% dos locatários e um em cada 10 donos de casas próprias estão com os pagamentos atrasados, segundo o governo de transição. Biden pedirá ainda assistência extra para auxiliá-los, como parte do pacote econômico de US$ 1,9 trilhão proposto para conter os impactos da Covid-19.
Cidades-santuário e Daca: Biden planeja revogar uma ordem executiva de Trump que tinha como alvo os imigrantes em situação irregular, retendo o financiamento das chamadas cidades-santuário — cidades e condados que não permitem que sua polícia coopere com as autoridades de imigração.
Sem muro: Espera-se que Biden revogue a emergência nacional na fronteira com o México, interrompendo o financiamento para o muro de Trump, símbolo máximo de suas políticas anti-imigração. O novo presidente ordenará uma pausa imediata na construção da barreira e uma revisão da melhor forma de redirecionar os fundos redirecionados de outras áreas para que o muro fosse erguido.