Por Henrique Brinco
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), saiu em defesa de Paulo Câmara (PSB), governador de Pernambuco, após um ataque de Jair Bolsonaro. O presidente reproduziu em sua conta no Twitter um vídeo em que o apresentador Sikêra Jr., da RedeTV!, faz críticas ao gestor pernambucano por supostos repasses de verbas da União destinadas ao Estado que não teriam sido usadas.
"Minha solidariedade ao governador de Pernambuco, Paulo Câmara, que em pleno domingo de Páscoa virou alvo do ódio e da politicagem daquele que deveria trabalhar para salvar vidas. Esses ataques covardes não vão nos desanimar. Vamos continuar unidos, trabalhando incansavelmente pela vacina para salvar vidas. Com fé, coragem e muita determinação vamos vencer esta pandemia, ainda que o presidente continue atuando como aliado do vírus, como aliado da morte", escreveu Rui Costa, nas redes sociais.
Paulo Câmara, por sua vez, também rebateu o ataque do chefe do Palácio do Planalto. "Em lugar de disseminar fake news, por que não assumir suas verdadeiras atribuições e fazer parte do enfrentamento à pandemia?", questionou o gestor estadual.
No vídeo, o apresentador provoca Câmara ao citar números que ele atribui a repasses do governo federal. “Paulo Câmara, esse dinheiro não é teu, é para salvar vidas”. “Senhores governadores, criem vergonha na cara. Digam ao seu povo quanto receberam para cuidar das vidas, e não tomar essas vidas, não matar as pessoas”, acrescenta o apresentador. Na postagem compartilhada no Twitter, Bolsonaro cita o trecho da Bíblia que diz "e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará".
Em resposta, Paulo Câmara ainda disse: “Difícil acreditar que em um dia como hoje, domingo de Páscoa, sejamos obrigados a nos deparar com novas atitudes lamentáveis do Presidente da República”, postou.
O governador também disse que, "infelizmente, de alguém que trata a dor do outro como 'mimimi' e o luto como fraqueza, não se pode esperar muito. Mas, movidos por espírito público e princípios humanitários, que alguns parecem desconhecer, vamos seguir na luta".
Ele declarou, ainda, que o mundo "assiste estarrecido à realidade imposta ao povo brasileiro, pela ausência de uma liderança capaz de unir, seguir a ciência e ter compromisso com o outro".